Esta é uma história antiga, que enrolei 4 anos para contar e acho que chegou a hora de compartilhar nossa bizarra experiência com o apartamento que alugamos quando chegamos no Canadá.
Vá pegar um café… a história é longa! Provavelmente o post mais longo que já escrevi. Aliás, você se cansará no meio. Mas leia tudo, pois o final é surreal.
Encontramos nosso lar doce lar no Airbnb, antes mesmo de sair do Brasil. Um apartamento super bonito, reformado, no térreo (importantíssimo em Montréal), a 50 metros do metrô, super bem localizado, numa rua tranquila e todo mobiliado.
O preço era um pouco acima da média, mas já incluía internet, tv a cabo e todos os móveis e utensílios.
Para fechar negócio, os “proprietários” quiseram nos entrevistar pelo Skype. Sem problemas. Marcamos um horário e foi tudo OK, falamos com eles. Na verdade eles não eram proprietários, eram locatários e queriam sub-locar o apartamento pra gente. Até aí tudo bem. Pesquisei e vi que isto era legal e super comum em Montréal.
Esse casal era um americano (que aqui chamarei de Sr. Bacon, para evitar expor os nomes verdadeiros dos personagens) com uma francesa (que aqui chamarei de Monalisa). Eles moraram no Canadá por alguns anos e resolveram se mudar pra França. Como o contrato de aluguel terminaria só em junho de 2014 (estávamos em agosto de 2013), eles resolveram sub-locar o apartamento.
Negócio fechado, ficamos super felizes pois o apartamento parecia ótimo! Fizemos um contrato até maio de 2014, pois Bacon e Monalisa disseram que voltariam para o Canadá em junho para vender as coisas deles.
Bom, dia 20 de setembro de 2013 nos mudamos para o Canadá, como vocês já sabem. Fomos direto para este apartamento. E ele era realmente muito bom, tudo como imaginávamos. E de quebra os vizinhos também eram super tranquilos. Perfeito.
Tudo correu relativamente bem durante meses. De vez em quando falávamos pelo Skype com Bacon e Monalisa. Eles eram meio esquisitos e desconfiados, mas nada que atrapalhasse nossa estadia. Até então não conhecíamos a verdadeira proprietária do apartamento, uma canadense que chamaremos aqui de Dona Neves.
Até que chegou o mês de abril.
Neste momento, Bacon e Monalisa precisariam avisar Dona Neves se iriam renovar o contrato ou entregar o apartamento no final de junho. Então eles nos contactaram para saber o que nós queríamos fazer. Nós dissemos que gostávamos muito do apartamento e que tínhamos intenção de continuar lá. Mas como nosso contrato com eles não incluía o mês de junho, não tinha como a gente sair com as nossas coisas de lá (neste momento já tínhamos coisas nossas e até alguns móveis) para voltar 1 mês depois. Então eles disseram: “sem problemas então, vocês pagam pra gente o mês de junho também e depois de julho vocês continuam com um contrato direto com a Dona Neves”. Perfeito, era o que queríamos.
Então Monalisa disse: “Aí em junho nós iremos para Montréal vender nossas coisas. E ficaremos no apartamento com vocês, podemos ficar no segundo quarto. E aí damos um desconto no aluguel do mês de junho”. Repare que o trecho entre aspas não tem nenhum ponto de interrogação. Pois o que Monalisa disse não foi uma pergunta, foi uma afirmação. Já começamos a achar a Monalisa muito folgada. Já achávamos ela esquisita e meio mandona, mas depois dessa…
Claro que não aceitamos. Claro que não queríamos eles lá com a gente por um mês! Dissemos que então era melhor que a gente não continuasse lá e que fôssemos embora de vez no final de maio.
Bom, eles acabaram deixando essa ideia pra lá e disseram que iriam ficar num hotel. Pronto, resolvido.
Neste meio tempo, conhecemos a proprietária, Dona Neves, e assinamos o novo contrato com ela, que começaria em julho. Na ocasião, sabendo que Bacon e Monalisa iriam querer vender coisas pra gente, tive a perspicácia de perguntar para Dona Neves o que era deles e o que era dela no apartamento. Ela disse: “é tudo deles, exceto o fogão. O fogão é meu.”
Maravilha. Agora tínhamos um novo contrato, por mais um ano, e direto com a proprietária. Portanto, mais barato.
Mas ainda tínhamos que terminar o contrato antigo e, sobretudo, dar um jeito de nos livrarmos das coisas de Bacon e Monalisa.
Bacon e Monalisa tinham móveis, utensílios de cozinha, eletrodomésticos, toalhas, roupas de cama, tapetes e havia algumas roupas pessoais que eles deixaram lá. Também havia miudezas, artigos de decoração, ferramentas, etc. Só o que realmente nos interessava lá eram os eletrodomésticos (geladeira, máquina de lavar-louça, fogão, lavadora e secadora). Eram de qualidade, novos, de aço escovado, modernos e bonitos. Os móveis eram de gosto duvidoso, já bastante usados e de baixa qualidade. Não tínhamos interesse em praticamente nada.
Mas de qualquer forma, adotamos uma estratégia para negociar com eles. Vamos tentar comprar as coisas grandes (eletros e móveis) e depois o que a gente não quiser, a gente revende. Estávamos preocupados com a confusão que seria eles tendo que ir lá todo dia vender cada móvel. Seria um transtorno. Então se comprássemos as coisas grandes, talvez eles só pegassem as miudezas e fossem embora. Em 1 dia tudo estaria resolvido. Mesmo que tivéssemos prejuízo revendendo os móveis deles, ainda valia a pena pelo transtorno evitado.
Então, como sei das minhas aulas de negociação que nunca se deve dar a primeira oferta, perguntei para eles quanto eles queriam pelos móveis e eletros. Aparentemente eles também não queriam dar o primeiro preço e disseram para a gente fazer uma oferta.
Demos então um preço pelos eletros e pelos móveis. Nossa, eles ficaram SUPER OFENDIDOS! Escreveram emails super grossos, praticamente xingando a gente e dizendo que queríamos nos aproveitar deles porque eles não estavam lá e blablabla. Falaram um monte. Depois ficaram escrevendo um monte de desaforos indiretos no Facebook.
Bom, neste ponto vimos que eles eram realmente loucos. Nem adiantava argumentar nada. Então deixamos a poeira baixar e depois escrevi para eles que era melhor deixar pra lá, que não daria para negociar, que não tínhamos mais interesse em nada. E também que iríamos sair no final de maio com as nossas coisas, eles poderiam ficar lá em junho e voltaríamos em julho.
Aí como num passe de mágica eles mudaram totalmente. “Não, não, não. Peraí. Nós podemos negociar. Só achamos que o preço que vocês deram para os móveis é muito baixo. Eles valem muito mais.” Ué, se achavam isso, bastava responder isso…
De qualquer forma, não tínhamos interesse em negociar mais pelos móveis. E ao mesmo tempo eles acharam correto o preço pelos eletros. Então pronto. Acertamos de comprar os eletros, a TV, dois abajures e mais uma ou outra coisa.
Então Monalisa veio oferecer o fogão! “E o fogão, vocês não têm interesse? É um Kitchen Aid, a gás. Ele novo vale 3 mil dólares. Podemos te vender por mil.” Até era, realmente, um fogão excelente e caro (fogões a gás aqui custam mais caro). Mas não era deles! Ainda bem que eu tinha perguntado para a Dona Neves. Então respondi para Monalisa que não tinha como comprar o fogão pois a Dona Neves disse que o fogão é dela.
Nossa… Monalisa começou a fazer mais escândalos de novo! “Por que você foi falar com a Dona Neves? Ela não tem direito de dizer que o fogão é dela, ele é meu, porque isso e aquilo e blablabla…” Falou um monte de novo.
Novamente, sem perder a calma, dissemos que era melhor ela se acertar com a proprietária e a gente não se envolver nesta história do fogão. Ela resmungou por mais uns dias e ficou por isso mesmo. Não se falou mais em fogão.
Até que chegou o já temido mês de junho. Ainda hoje me pergunto “Meu deus, o que fizemos para merecer esses dias infernais?”
Lá pelo dia 6 de junho finalmente Bacon e Monalisa chegam em Montréal para pegar as coisas deles.
Monalisa então manda uma mensagem dizendo que já chegaram e se poderiam ir no apartamento no dia seguinte. Dissemos que tudo bem e marcamos um horário.
Na minha ingenuidade (ou esperança), achei que eles já chegariam com caixas para levar o máximo de coisas possível. Era o que eu faria.
Aí eles chegam sem nada nas mãos, nem uma sacola, nada. Então observaram as coisas, até para lembrar de tudo que eles tinham lá, e tiraram fotos das coisas que eles queriam vender. Então disseram que precisariam de alguns dias (era o que eu temia) para tirar tudo e vender os móveis. Então afirmaram (não perguntaram) que poderiam ficar lá durante o dia enquanto a gente fosse trabalhar.
Claro que respondi: “Negativo, só depois das 6 da tarde, quando nós estivermos em casa.” Argumentaram um pouco mas acabaram concordando.
Então começaram a ir lá todo dia entre 6 da tarde e 10 da noite. Ficavam lá, jogavam tudo no chão, tiravam tudo dos armários, ficavam discutindo entre si.
Começamos a ficar super estressados pois todo dia era essa bagunça e eles fechavam uma caixinha por dia. E não levavam nada. Iam deixando lá tudo bagunçado e só avançava uma caixa por dia.
Em 2 dias nós já não tínhamos mais onde ficar ou comer. Ficávamos isolados no nosso quarto pois eles dominaram o apartamento todo com as tranqueiras deles pelo chão.
Só isso já era extremamente irritante. Mas, para piorar, Monalisa ficava resmungando, sem disfarçar, coisas como “olha como isso está sujo, eu não deixei isso assim. Que absurdo, amontoaram nossas coisas num armário. Não têm cuidado com as nossas coisas.” Passavam o tempo todo resmungando. Aquilo subiu nos nossos nervos, mas ficamos quietos no quarto todo dia, evitando conflitos.
De vez em quando ia lá alguém para retirar um móvel ou algo que anunciaram pelo Kijiji. Já fazia 2 semanas que estavam lá desse jeito. A gente não aguentava mais. O negócio não avançava. Continuava tudo bagunçado, poucas caixas feitas, e eles não levavam nada embora. Todo dia chegavam com uma caixinha de papelão nas mãos. No final de semana eles faziam vendas de garagem. A gente ficava lá preso, sem poder sair de casa, e ao mesmo tempo confinados no nosso quarto por vários dias.
Monalisa era uma pessoa muito chata, mas muito mesmo. Irritante, mandona, bipolar, explosiva, rabugenta. Louca é o melhor adjetivo. Ela ficava só mandando no marido. Bacon tinha certamente algum atraso mental ou então era simplesmente idiota ou de repente apenas conhecia bem a esposa que tinha. Ele ficava quieto e só obedecia as ordens da Monalisa. Ela não ajudava em nada na organização das coisas. Apenas mandava o marido fazer isso e aquilo, ficava resmungando um monte o dia inteiro e não parava de falar mal da gente. Percebi que Bacon estava também estressado. Mas ficava quieto pois não tinha como bater de frente com Monalisa.
Num belo dia (belo mesmo, fazia muito calor naquele verão e não podíamos sair de casa), estávamos no quarto apenas observando de longe a bagunça, o entra e sai de compradores e tal, quando vejo Monalisa e uma compradora negociando os abajures que tínhamos comprado deles. Aí tive que intervir. “Peraí, esses abajures nós compramos de vocês, lembram?”
Monalisa: “Sim, mas em francês abatjour significa só essa parte de cima (a cúpula). Então foi só isso que vocês compraram. A base nós vamos vender.”
Bom, nesta hora toda a raiva e estresse que estávamos acumulando se liberaram. Fiquei muito bravo e começamos a discutir barraqueiramente. Sem agressões, claro, mas discutimos feio. Lembro bem da cara da pobre mulher que foi comprar os abajures. Elas estava com uma cara perfeita de “nossa, que gente louca, deixa esse abajur pra lá, vou embora”. Deixou os abajures lá, saiu de fininho e foi embora.
Então, durante a calorosa discussão, Bacon começa a ter um ataque epiléptico ou sei lá o quê. Começou a tremer, deitou no chão, meio que chorava de nervosismo. Era só o que faltava!
Monalisa pegou uma água para ele e ficava falando “olha o que vocês fizeram com ele”. Ah sim, claro. Um casal de loucos e nós é que somos culpados.
O estresse com certeza bateu nele também. Ele dizia: “estou cansado, Monalisa, vamos terminar logo isso…”
Dissemos que era melhor eles irem embora e praticamente os chutamos para fora.
Eles eram tão loucos que no outro dia voltavam normalmente, como se nada tivesse acontecido. Mas pelo menos depois disso eles resolveram acelerar a arrumação das coisas.
Depois de umas 3 semanas eles finalmente terminaram as caixas e venderam os móveis.
Então perguntaram que horas o transportador poderia passar lá para pegar as caixas. Marcamos um horário e tudo certo. Na hora marcada uns caras foram lá e levaram as caixas.
Monalisa então disse que eles então voltariam no dia seguinte apenas para buscar uma pequena caixa com coisas pessoais.
Por que já não levavam logo com eles para hotel??? Mas bom, enfim… para evitar nova confusão, concordamos. Então eles perguntaram que horas poderiam passar lá. Dissemos que por volta das 6 horas, como sempre, quando voltaríamos do trabalho.
Lembro bem da cara de Monalisa nesta hora, concordando, mas ao mesmo tempo raciocinando algo.
Depois de tanta confusão, eu já ficava extremamente preocupado de sair de casa o dia todo. Então quando saímos, eu escondia todas as nossas coisas de valor, mesmo não permitindo que eles ficassem lá sozinhos.
Bom, era então o último dia do inferno. Apenas mais um dia de paciência. Vamos trabalhar, quando voltarmos eles passarão lá para buscar essa caixinha e pronto. Nunca mais veremos a cara deles.
Neste dia a Cá por acaso voltou mais cedo pra casa, por volta das 15h. Eu ainda estava no trabalho. Então quando ela chega em casa, tem uma surpresa e me liga na hora: “Má, o fogão sumiu!!!”. Lembram da novela do fogão, lá no começo do post?
Uma raiva e desespero enormes me atingiram. Disse para ela ver se não tinha ninguém lá, se não tinham pego mais nada e para ir ligando pra polícia pois eu estava indo para lá. Fui até meu chefe e disse que precisava sair pois tinham roubado nosso fogão.
“Roubaram um fogão??”
“Sim, depois eu explico.”
Fazia apenas um mês que eu estava trabalhando na empresa e já estava dando uma desculpa super esfarrapada para sair mais cedo. Ele deve ter pensado: “essa desculpa eu nunca vi”.
Também liguei para a proprietária, Dona Neves, e contei o que tinha acontecido. Ela nem estava sabendo que Bacon e Monalisa estavam no Canadá.
Fui correndo pra casa. A polícia já estava lá fazendo a ocorrência. O policial leva um computador pra dentro de casa e registra a ocorrência lá mesmo. Dali a pouco chega a proprietária também. Tentamos ligar para Bacon e Monalisa mas não conseguimos contato. Provavelmente já estavam voando de volta pra França.
Contamos toda a história para Dona Neves e o policial. Não havia sinal de arrombamento. Alguém entrou com as chaves. Claro que tinham sido eles. Mas tomamos o cuidado de não acusar diretamente. Apenas de contar tudo o que tinha acontecido. O policial registrou tudo, perguntou se sabíamos onde os dois estavam hospedados. Não sabíamos. Ele disse que ficaria tudo registrado contra eles, mas que provavelmente já estavam no avião naquele momento. Não tinha muito o que fazer. Mas que se tivéssemos notícias deles, que deveríamos avisar a polícia.
Bom, Neves e policial foram embora e nós não acreditávamos no que tinha acabado de acontecer.
No outro dia fomos pro trabalho normalmente.
No final da tarde, ainda no trabalho, Dona Neves me liga.
Dona Neves: “Então, esse negócio do fogão. Precisamos acertar isso.”
Eu: “Acertar o quê?”
DN: “Você sabe, eu fiquei no prejuízo nesta história. Além de levarem meu fogão, Bacon e Monalisa não me pagaram o aluguel de junho. Preciso que você me reembolse.”
Eu: “Olha, eu sinto muito por isso, mas eu não tenho culpa se alguém entrou na sua casa e roubou seu fogão ou se seu locatário não te pagou.”
DN: “Mas você tinha que ter me avisado que eles estavam aqui e tal.”
Eu: “Como assim? Isso é problema seu com eles.”
Dona Neves: “Bom, só pra te dizer. Eu fui lá no apartamento e troquei as fechaduras. As chaves estão comigo. Você tem que vir pegar comigo e então acertaremos essa história do fogão.”
Nossa, fiquei muito nervoso com ela e disse: “minha esposa está voltando pra casa neste exato momento. Veja a chuva que está la fora (chovia muito neste dia). Se ela chegar em casa e não conseguir entrar, eu vou chamar a polícia!”
A mulher ficou então preocupada. Na hora disse “não, tudo bem, pode deixar. Eu vou pra lá então e a gente conversa.”
Era só o que me faltava. A proprietária agora dando uma de louca.
Ela foi rapidinho para lá. Quando a Camila chegou, ela já estava lá. Eu cheguei logo depois. Então conversamos mais civilizadamente e novamente dissemos que lamentávamos por tudo, mas que ela não podia nos cobrar por isso. Ela acabou concordando e só pediu para refazermos o contrato do aluguel, pois ele incluía o fogão. Então o novo contrato não incluiria e teríamos que comprar nosso próprio fogão. Tudo bem. Também não iríamos exigir que ela comprasse outro fogão para usarmos pois estava no contrato. Concordamos e refizemos o contrato sem o bendito fogão. E assim ficou. Finalmente conseguimos nos livrar de Bacon e Monalisa e nos acertamos com a proprietária.
Mas nossa, que estresse! Só de lembrar, fico nervoso!
Interessante que Bacon e Monalisa entraram lá para pegar o fogão (provavelmente venderam para alguém e foram lá com a pessoa buscar enquanto não estávamos em casa) mas não pegaram nada nosso. Não mexeram em nada nosso ou que compramos deles. Nem abriram a porta do nosso quarto. O negócio era realmente com o fogão.
Na verdade, Dona Neves fez um rolo com os dois pelo fogão mas fizeram apenas um acordo verbal. Qualquer dia conto a história do rolo do fogão.
Bom, finalmente essa parte da confusão acabou. (Realmente nunca escrevi um post tão gigante. Agora está em exatamente 3000 palavras, segundo a contagem do site.)
Tudo transcorreu bem nos meses seguintes, mas depois ainda tivemos mais uns problemas com a dona do apartamento. Mas esta história vai ficar pra parte 2.
Até mais!