Sexta-feira passada levamos um susto. Nos preparávamos para dormir, por volta das 22 horas quando senti uma dor aguda no lado esquerdo do abdômem.
Em poucos segundos a dor cresceu exponencialmente e chegou a um ponto insuportável. Eu nunca havia sentido essa dor. Nem nenhuma outra dor tão forte. Muito estranho. Eu me contorcia de dor. Pensei que poderia ser algo muscular ou uma espécie de cãimbra. Desesperado, falei para a Camila fazer alguma coisa para me ajudar (coitada, já estava dormindo e acordou assustada sem saber o que fazer). Tentamos colocar gelo, em vão.
Aquela dor não iria passar e não tinha como suportar. Precisava ir urgentemente para o hospital! E a Camila precisava me levar. Eu não tinha condições de dirigir. O problema é que a Amanda já estava dormindo e não tinha como acordar um bebê e levá-lo junto de madrugada numa urgência assim. Então a Camila ligou para uma amiga nossa que mora aqui perto e perguntou se ela poderia ficar com a Amanda por algumas horas enquanto íamos para hospital. Ela não hesitou e disse que estava a caminho. Em 10 minutos ela estava em casa (um anjo!).
Enquanto nos preparávamos para sair, chequei o estado das urgências dos hospitais mais próximos. Não queria correr o risco de ter que esperar nem um minuto. Um site mostra em tempo real a ocupação dos leitos de emergência dos hospitais. Escolhi o que estava mais tranquilo. Não era o mais próximo, mas preferi assim.
Nossa amiga chegou e nós saímos. Eu estava quase desmaiando de tanta dor. Em 20 minutos estávamos no hospital. Eu já gritava de dor. Chegando lá, já avisamos que era uma urgência e que não dava para esperar. Uma enfermeira atendeu na hora, mediu pressão, temperatura, essas coisas, e já me colocou num leito. Já fui internado na hora. Ela disse que parecia ser pedra no rim (coisa que eu nunca tinha tido).
A dor continuava insuportável. Um médico chegou então, fez algumas perguntas e confirmou que era provavelmente pedra no rim. Perguntou quanto era minha dor, de 0 a 10. Eu disse 11.
Ele então falou que iam me dar morfina. A Camila até se assustou. Morfina parece algo de filme, de casos gravíssimos…
Me deram uma dose e disseram que eu ia me sentir estranho depois de 2 ou 3 minutos e que talvez dormisse. Quem me dera! Não fez efeito nenhum! A dor continuou insuportável.
Mais 10 minutos quase desmaiando e então me deram uma segunda dose de morfina. Nada!
Mais uns 10 minutos e uma terceira dose. Melhorou talvez uns 10% a dor por uns 5 minutos. Que desespero!
Então veio a quarta dose, bem maior que as outras. E, para minha decepção, sem melhoras!
Neste vai-e-vem de morfinas, eu já estava há quase uma hora no hospital e a dor não melhorava. Então disseram que iam dar uma outra droga, não lembro o nome.
Finalmente funcionou!! A dor começou a passar pouco a pouco. Nossa, que alívio!
Disseram então que eu ia passar a noite lá e que logo cedo faria exame para ver onde estava esta bendita pedra, tamanho, quantas haviam, etc, para só então decidirem o melhor procedimento.
Contanto que eu não sentisse mais dor, estava ótimo!
Falei então pra Camila voltar pra casa e eu ficaria bem lá.
Dormi o que foi possível e de manhã cedo me deram um filtro e disseram para eu ir ao banheiro para tentar expelir a pedra. E não é que ela saiu sem dificuldade? Uma porcariazinha de 1 ou 2 mm no máximo que me deu a maior dor que já senti! Que raiva!
Dei a pedra para a enfermeira. Ela disse que isso era ótimo sinal. Mas que eles iriam ainda assim fazer os exames para ter certeza que não havia outras. Fui então fazer um scan.
Voltei pro quarto, tomei café da manhã e depois de um tempo uma médica passou para falar comigo. Ela disse que estava tudo bem nos exames. A pedra tinha saído mesmo e não havia outras. Ufa!
Eles iriam me liberar.
Em poucos minutos eles me liberaram e disseram que iam fazer exame da urina e da pedra para conhecer a causa.
Que susto!
Agora está tudo bem. Não senti mais nada. Ficou apenas a lição para aprender a tomar mais água… sem ser em formato de café.
Impressões do hospital:
A urgência tem um formato curioso. É uma grande área quadrada com uma sala envidraçada no meio, onde ficam as enfermeiras e enfermeiros. Dali eles vêem todos os pacientes, que ficam nas laterais da sala. Os quartos não são fechados com paredes, apenas com cortinas. Este é o ponto negativo, pois o barulho incomoda para dormir. As enfermeiras ficam conversando a noite inteira e eventualmente você ouve algum paciente sendo atendido. Mesmo “drogado”, o barulho incomodou meu sono.
Outro ponto negativo (ou talvez normal e eu é que não sabia) é que não tem onde um acompanhante dormir. Eles colocam no quarto apenas uma poltrona não reclinável para o acompanhante. Imagino que seja proposital, para ninguém ficar lá à noite.
Como pontos positivos, fui bem atendido, perceberam rapidemente a urgência e não me deixaram esperando nem um minuto. Tudo estava bem limpo, boas instalações e o equipamento do exame (scanner) era de última geração.
E foi assim minha experiência na urgência. Até o próximo post!